sábado, 15 de março de 2008

Teresinha Fahl - minha mãe pequenina

Voltei às coisas comezinhas da vida. Conversava, por aí, sobre os momentos difíceis da vida. Lembrei de quase fui desta para sabe onde. Um joelho estourado e umas doses do remédio Profenid Retard. Quase morte.

Fiquei com tornozelos inchados, feito elefantíase. Estômago corroído que nada recebia. Perdi uns doze quilos dos poucos que tinha. Era bem magrelinho naquela época. Distribuía comprimidos em um prato e quase os comia de colher.

Cheguei bem perto da morte, podem acreditar. Até ser salvo por uma maçã, símbolo do pecado original. Eu, aos 16 anos, comi uma maçã ralada na colherinha. Recebi na boca com o carinho de mãe. As forças perdidas foram recuperadas. Vivi muito depois disso.

Hoje penso que minha mãe foi Eva. Deu-me a vida e a manteve mesmo que para isso tivesse que usar uma maçã. Quem até hoje não me atura, saiba: só estou aqui por conta dela.

À ela dou todos os direitos de errar e de pecar. Nada importa além do carinho.

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