domingo, 18 de maio de 2008

Jacenildo o extremista

Ele não enfrentou revoluções, nem a sexual. Aliás, nasceu pela recusa da mamãe tomar pílula. Um assassinato de “porra”, como dizia ela em meio às sacanagens do quarto. Recusava-se ao sexo oral.

- Não quero cagar filho!!!, teologicava.

Assim viveu Jacenildo, entre os extremos da cristandade e da safadeza. Aprendeu desde cedo a confissão. Todo pecado redimido na decora do pai nosso e aves marias intermináveis. Rezava baixinho entre a louvação e o ridículo da cena semanal. Joelhos lanhados no genuflexusor. Feridas do mesmo tamanho de seus pecados.

Foi ser, até a morte, entre o tolerável e não tolerável. Jamais descobriu o perdão sem intermediários. Perdão daqueles que procuram o cavalo seguindo a merda deixada no caminho. Vida de tudo ou nada, sem possibilidade entre ódio e amor.

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